quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

além da guia

sentei estranhamente a guia, lembrei : eis meu antigo símbolo.. mas como as coisas vão mudando, não ? - e como mudam rápido nesses tempos.
tinha umas necessidades, umas condutas de vida que considerava essênciais : auge de embriaguez, identificação com estranhos, paixões, descrições de espaço e sentimento, poesia livre, mais sentimento e espaço, pensar em tudo, escrever. fui capaz de muito pouco disso, fiquei desconhecido. dá uma certa raiva lembrar, umas vibrações que faz a gente se sentir estúpido - essas totalidades nas quais se dispõem os escritores, exigências e comportamentos, é intediante, cansativo. ficamos todos uns viciados em pensar porque "...oras pensar é estupendo, nisso, naquilo, são as exuberâncias - veja que tudo têm um sentido..blá" assim eu não podia seguir. tudo tem seu valor e isso não importa, já que tudo tem um valor - poesia e pensar têm seu valor, um belo valor. contudo, graças a multiplicidade das coisas, existem outras coisas, coisas maravilhosas por aí que a gente pode ser e estar - ainda bem que existem. e sim, podemos não pensar, sentar um pouco quem sabe. pôr esses braços sobre a mesa, olhar os objetos, conversar com crianças, ouvir um jazz, um pagode, igreja pra quem gosta, cine arte também. essas coisas têm seu valor, existem ao nosso redor e são boas em nos deixar tranquilos e espiritualizados. esporte e sexo.canto. dança. veja quanta coisa pra se fazer, pra se sentir a vontade
......e eu, que queria ser alguma coisa só... mas sou tudo isso mesmo

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