quarta-feira, 12 de outubro de 2011

meus amigos, tudo é tão profundo, tudo é vago - tudo é super frio, tudo é cálido. a vida é um paradoxo que te deixaram, é teu primeiro presente de aniversário. a vida - sombria a primeira vista e um desespero que corre no corpo. a mente buscando o saber e nos membros metralham desejos - vontades tão fortes, não formidáveis, não compreensíveis. a sua pergunta eterna : por que estou aqui ?
a resposta que o mundo te dá :








































um espaço vazio, como se fossem folhas e folhas pra que você escreva sua história
















 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

desconfiando - mudando

desconfiar é o que fazemos desde crianças, nosso primeiro passo para a libertação. dedico esse texto ao olhar daqueles que ainda não se esqueceram da inquietude e da necessidade de transformação. seguiremos sonhando com planos; ideias bonitas - e acordaremos para lidar com a realidade de forma ativa, e perseverante nas mudanças.












tudo foi tomar uma dimensão bem grande
eu não sei como foi que apareceu
mas me sinto pequeno demais diante
tudo que dizem que sou eu


e tudo que dizem o que é a cidade grande
o estado, o planeta, o bairro meu
é tão diferente uma rua da outra e distante 
da casa em que moro, no morro


alguém morreu
e ninguém me diz o que aconteceu
e depois serei eu mas eu não sei como serei
o que farei de mim


parece tudo tão esquisito
eu pensando em mim mesmo
e por ai ficam os outros no exílio 
sem poder pensar demais 


como outros fazem
e outros dançam
e cantam bonito
outros morrem de frio


é tão grande mesmo
eu, imóvel, comendo
e lavando meu corpo
pensando em um encontro


mas o mundo pedia por alguem 
que se entregasse mais um pouco
que se fizesse feliz, mas pelos outros
e alguem que pedisse, 
mesmo rouco,
pela paz  

domingo, 9 de outubro de 2011

ia fazer um poema

poemas, poemas - poemas são poemas, não há nada que dizer - além de afirmar que minha escrita é cada dia mais péssima, sigo escrevendo poemas mesmo com raiva de mim e das letras.

ah, quanta coisa além de um poema...  diríamos : uma realidade imensa/grotesca - deixando a filosofia mais bem pensada tão pequena.

leis e sistemas, armas, guerras e drogas. o desemprego, ocupações, as modelos, a dependência.
determinam, impõem coisas, modelam nossas cabeças

de duas uma : ou temos de ser fortes, ou que ninguém perceba

fico com a primeira

e você ?

sábado, 8 de outubro de 2011

é de pura paixão

antes, muito antes mesmo de me distrair com palavras, sentia vontade de ser palhaço. porque sentia essa vida como um espetáculo de apresentações horripilantes, sinuantes, as vezes muito bela como dizem - mas sempre com censuras finais, uma lona caindo pra nos esconder. 

antes, muito antes do valores e dos serviços prestados que nos escravizam. a gente contempla, olha pro céu sozinho quando todos estão dormindo e fica esperando pois já vai ser revelado um segredo. e têm umas montanhas no horizonte com quem tentamos falar - somos um artistas de início, cada um de nós, será que vocês lembram de nossas encenações, daqueles teatros e corridas sem direção ?

esses poemas aqui são de pura contemplação da terra, dos outros, de um mundo sem senhores donos
é de pura paixão :

                                       tão frágeis os olhos dos apaixonados

é ele que entra em cena, se apresenta
aparece e parece um louco, se junta e se desdobra
desnorteado um pouco, brincando pele escola
fica de pé, anda mil passos e depois se senta

traz consigo um amigo - uma banda estilo anos setenta
um blues ou um rip rop coreano que incorpora
inventando passos de dança e de luta a toda hora
tão disperso e perdido que ninguém aguenta

                                       

                                      mais palhaçadas colaterais

me vem uma sensação que de que estou sem caminho
é o envolvimento que me traz o vento e decido segui-lo
creio que estou a procura-la em todos os lados
talvez por ela é que são tão frágeis os olhos dos apaixonados

é que longe de meus amigos palhaços
me caí a maquiagem pelas lágrimas e sonhos pesados
foi por tanto querer que um dia tropeçamos
e num distraído encanto  foi por ela que nos apaixonamos



                                       coração regente, (malabares desequilibrados)

mal sei o que é, não tenho notícias do coração
tento segurá-lo mas me escapa com perfeição
não quer me falar sobre o que sinto por ela
então me tranca sem explicação como um bandido numa cela
me faz de louco esse coração desconsertado
agora qualquer ato dela me faz desequilibrado
espero que um dia ela sinta que eu a quero
pra que ela me ame e deixe meus malabares mais belos
 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

um poema decadentista

tenho um texto aqui que parece que foi escrito por um certo jornalista da década de oitenta

ao lado de seu vinho, parece mais uma declaração de descanso, ( pra alguns de descaso)

diriam talvez : " -  como é casmurrento esse senhor ".  é um textinho muito pouco singelo

aparentemente complexo. algo que se escuta daqueles que vivem falando mal dos outros


eu escrevi o texto.


faz uns três anos - fiquei com tanto nojo e raiva depois que o batizei de refluxo,
eis seus versos enfadonhos :  refluxo



não consigo ver 
o que vai ser de mim
e minhas atuações
o que resta é apenas
as pequenas tristezas
e sim, de tão pequenas
cabem nesse coração


quando vêm um segundo
e vêm-se de novo
e vence de novo
quase que imbatível
quase impassível
pra minha lógica
que não traz quase nada
a não ser palavra falada


o que vai ser de mim
se me toca o amor
e é a dor que não consigo negar
me faz de perdido
e me engana os sentidos
como nas peças de rua
não sei como vai ser


essa clássica tristeza
essa clássica esquiva
mantém uma aparência
perdida na verdade
quando eu não sei de nada
nem por que sofro
ou se deveras sinto


o transtorno em cada letra
que não significa mais nada
desfazem-se os homens
e os sonhos que nada mais podem
lamenta vagante
alma em cansaço
perante o escasso espaço
sobrado no tempo
sobraram demais devaneios
afogam-nos em cativeiro
no lugar sem lugar




e sem nada
mas nada de sem
e nada de tudo
e até nas letra de e.x.i.s.t.i.r.




e de onde sairam as respostas ?
e quem será que as espera agora ?
eu e o tempo seguimos perdidos
decaindo de precipícios
e seguimos nisso sem sinal
ou melhor, nesse acaso
anormal, "al paso"
alinear de tudo
quem sabe no fundo de um mar
nadando talvez
nadando no nada
nada, nada, nada, nada 
nada, nada, nada, e nada mais, mais e mais


sequer existe pensar
ou algo que alcançar
sente ?
sente-se e diga 
que somos quase iguais




quem sabe não é tão nojento assim. a gente tem costume de ser extremista, de definir fases pra nossa vida como se estivéssemos em uma corrida competindo e se aprimorando. por que tanta raiva do passado ? afinal é só um poema - são só palavras que pra alguém tenha talvez uma beleza. deixo-as aqui para lembrar do que outrora pensei, nas coisas que desvendei, enfim, naquilo que desconfiei.

domingo, 2 de outubro de 2011

inquietude de um olhar primeiro



mensagem da verdade de dentro





nas suas imagens, a ironia que você um dia disse.( ou será que disse cômico, não sei ). quem vê fica supondo o que será que está pensando e o que será que quer falar para os outros. não sei, de fato são olhos grandes os que você têm - e um jeito na fala que parece seguro e convicto.
como será que estás com tanta firmeza ?
a beleza não vêm nesse corpo meu bem, é alguém ou algum cérebro que atribui valores. claro, você vai com os que entendem seu jeito como o mais bonito, e não comigo porque, nesse sentido,  sou um corpo desmoronado. vacilei ou vacilaste você ? quem sabe é porque somos tão diferentes - tão diferentes nesse mundo gigante e quebradiço cheio de muralhas. e por que será que fui parar na sua frente, e na sua frente eu paro quase sempre como se tivéssemos que resolver alguma coisa ? você tem alguma coisa pra mim ?, porque o que tenho em mim são só idéias, bem recheadas de preconceitos, assim como todo ser humano. é uma inconformidade minha, por que somos tão próximos mas tão calados ? é possível que destino exista e, de tanto que é forte, me deixa sem paciência pois cobra alguma coisa de nós

destino não, reclamações de uma paixão interna... a gente tenta justificar com uma causa divina só para impressionar mesmo. é um estranhamento de um momento que nos faz sentir coisas, um conjunto de coisas inquietas no peito que acaba desembocando na paixão.