terça-feira, 30 de agosto de 2011

uma declaração

vêm o fim do mês e o que dizer ?  passei muito tempo sem dormir, me dediquei a achar tudo o que está aqui e assim pretendo seguir. nesse momento quase que me levantei a procurar algum texto meu que estivesse perdido pela casa, descuidado. mas façamos de outra forma, como se lhes desse de coração uma declaração :




tenho lido os textos de alguns rapazes e moças por aqui. me pareceram bonitos mas me soaram estranhos - a verdade é que tive sensações estranhas que até fui beber um copo d'água. senti como se não os conhecesse bem, como se fossem distantes os meus amigos.


parece até que não são vocês.


as palavras geralmente me soam insuportáveis - a cada dia morrem uma a uma e eu prefiro que seja assim. é, eu escrevo a toda hora, mas juro pela alma que me contento mais em falar - melhor ainda, o silêncio e movimento.
por muito me afoguei em palavras, quase que todos os dias de minha vida. sou um viciado confesso, não pela escrita, sim pela comunicação. é uma forma para que visualizem meu ser :
cada
palavra 
é 
desenho
de mim
antes de tudo, preciso ser simples aqui, pois é assim que vivo -  assim é minha linha de raciocínio, ( se é que assim pode-se dizer) - a simplicidade. encontrei-a
depois de muitas desconstruções e transformações -  e tenho-a como um amuleto de sorte.sentimento algum depende da palavra :
só 
quero 
você 
próximo
quase 
que 
vendo.
e quem me conhece já vê antes o que vou escrever, justamente porque não é novidade - sabe o que sinto nesse instante
nesse instante
nesse e no outro
pois não importa nem o tempo e espaço, de alguma forma estão bem ao lado                                                                                                      
                                                                  
meus amigos, palavras são refúgios. fico tão irritado de ter demorado tanto para dizer isso... - vejam como é pura enrolação esse tipo de linguagem ! claro que carregam sim um bocado de emoções e grandiosas mensagens, mas esse é o dom do sentimento do indivíduo e não da escrita !




o seu sentimento merece muito mais que tentativas de definições e palavras,
mostre-o
pra mim
quando  
puder   


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

desconstrução

teve um dia que parei de ficar tumultuando o oceano do meu peito - ele calou-se de cansaço e disse : " - percebeu agora?" , e eu : " - ...quem sabe, acho que sim." começou então a esvaziar de mansinho e depois acabou-se numa queda só. debaixo daquilo era só um menino com lapiseira na mão que teimava nos desenhos e imaginações. por muito, ficara a desenhar seus desejos, seus obstáculos e medos até chegar no projeto maior - que era aquele mar quase que incontrolável. mas acabou, já estava prestes a escrever mais um poema para alguém, ( aquele vai e vem maldito, sabe...), só que morreram desde então, muitas palavras e idéias, ficou só o que é real  :

o que será que eu lhe dizia?
falava muito - sobre o que era?
o que pensava ela?
- ela queria sonhar


seu rosto. Há quanto tempo ?
suas mãos ainda cabiam nas minhas?

ela tinha uma máxima ou não tinha?
- queria ficar em paz !


estar assim tranquila 
sem mim, antes de tudo
me esquecer num sono profundo
e se perder no tempo


não sentir medo. disse :"- livre-me
das suas malditas astúcias 
das melosas injúrias 
enfim, todas as suas perguntas
que já não aguento mais ! " 








quarta-feira, 24 de agosto de 2011

o soneto do segredo de nós mesmos



senti raiva de ser homem de dois olhos
e tambem com duas pernas não me basto
queria antes estes ares do espaço
e os ventos nos lugares dos ossos

mas no mundo me conhecem por chólos
e mais nomes para mim vem do acaso
queria cores que pintassem meu braço
e a cura dos meus tristes remorsos

lamentos de não saber o que sou
de pensar que me substituem os desejos
repeticão daquele maldito e mesmo

arpejo que toca onde sempre vou
e na febre de sempre ainda tê-los
hesitando a vida por sentir medo

terça-feira, 23 de agosto de 2011

casamento, documento, coagulamento - eu lamento !

um dia que bebi muito vinho e ao meu ouvido gritava a voz de uma pata :
...casamento, documentocoagulamento,                    daí eu disse :  - lamentável você me enchendo...
e percebemos a poesia




desesperro
por que não?
você ja não discursou sobre o sucesso
e me encheu o saco 
já há um tempo bastante
não existe  nada de segredo
no sagrado que você fala
porque sangria demais o seu mistério


é o seu sogro
é que sofro quando te conheci
e você jamais existiu
os documentos são o passado
que sangrou 
e Você me condenou
seja lá o que for
ao sucesso talvez
maldi to diA
que nunca mais  gozei!

assim como é, é nosso

meus passos livres no ar
onde poderia investigar
qualquer coisa que ajudasse
quem estivesse a passar


seja na terra ou no mar
quero me misturar
junto a toda humanidade
que topasse se transformar


sejá lá quem deu o mundo pra nós
e o que é errado e certo
ele nos foi dado belo
e assim deve estar



domingo, 21 de agosto de 2011

embora ir embora, nunca se vai.

a primavera ou seja o que for estava acontecendo lá fora, -  e o mais importante pra mim era combinar meus braços aos seus no escuro. e o fruto do compromisso é a saudade, a saudade que eu sinto quando você vai
mas não volta e cai encima de mim. quando não volta mais e sequer olha pra trás porque vou te beijar e dizer
qualquer graça pra você ficar. sim, também tenho o que fazer, arrumar a casa e preparar o jantar, - o diabo é que tudo tem um pouco de você.




tive de lidar com o cheiro das suas roupas
e os pedaços de alma deixados no sofá
que atravancavam meus movimentos
tive que lidar com isso, muito só


não foi por completo, não é ?
ficou por aqui dentro das entranhas
tanto que fico receoso de abrir as janelas
lido com isso por aqui, muito só


no começo é tão bonito - mas vai ficando imenso, majestoso, onip...
e você 
foi embora


onipotente, eu tenho o medo ansioso do que vai rolar na vida a diante, você..., embora isso,
foi-se por aí


mas ainda sim dentro de mim, nunca pra fora - porque é saudade que fica quando você vai embora.














sábado, 20 de agosto de 2011

não foi hoje, na verdade....

olha lá. é o meu poema de amor de menino. e sinto até um saudosismo ao ler o título, lembrando do romantismo que outrora me envolveu. se começar a falar disso, só termino no domingo então é melhor parar.





Foi hoje !



Ah. foi hoje meu bem, me perdoe
pois justo hoje foi que pude me encontrar
e me encontrei em você, me perdoe
pois foi hoje que comecei a te amar

vim voltando meio aflito, preocupado
foi aquele mesmo caminho mas você o fez diferente
e incrivelmente teu rosto me fez apaixonado
fiquei ardido por dentro e por fora contente

é que não me dei conta , fora tão de repente
tua harmonia em minha mente, embalado não paro de pensar
eram teus olhos que confundiam tudo o que se sente
ah se hoje num singelo momento um rápido beijo poderia eu te dar

tu viste que maldoso destino, hoje nos fez dois sentidos
mas eu encantado não podia me afastar
e justo naquele instante fez de mim hesitante, indeciso
daí que tudo me saiu impreciso e não podia falar

ah foi hoje meu bem, me perdoe
pois foi justo hoje foi que pude me encontrar
e me encontrei em você, me perdoe
pois foi hoje que comecei a te amar

enfim perdoe esse jeito restrito de hoje
o sentimento querido me fica difícil explicar
todavia não consigo dimensionar o que sinto
pois foi hoje que comecei a te amar !

o protesto do jovem velho

além da guerra, existem homens - que não estão interessados em ganhar, e sim, voltar pra casa
além da cidade, há felicidade - alguem que quer descansar perante uma simples sacada
no final, soldado e cidadão, você tinha de olhar ao seu redor e ver quem te meteu nessa roubada
porque você nunca teve armas
aquelas necessárias
pra sair da sua solidão
a sua nação nunca cantou por morte
então você representa o nada


e representar o nada, os interesses e as tarefas árduas dos outros é o que há de mais perigoso no mundo
Remarque, Bob Dylan - eles já disseram um dia - dentro do front e de melodias
e mais uma vez, eu escrevo-lhes uma poesia :





juventude?!
somos uns velhos 
correndo por títulos
diversões aos domingos
não, juventude, não
são vontades irremediaveis
aliviando as saudades
os traumas da materialidade
Os parques que demoliram
para nossos futuros empregos

e o que fazer quando estamos absurdamente perdidos?
inseridos na cidade
ficamos passivos
velhos passivos
O dia corre
nos dá medo
nos joga no chão
e brinca com a gente
desde cedo. 
A gente faz o serviço
nos pagam por isso
vive falsos compromissos
nos roubam políticos
temos leves sorrisos
de felicidade?!
de juventude?!


Isso é uma falácia, senhor
nós somos teus servos, não é
Ricos, nós somos os contábeis - maquinistas
e os assistentes dos assistentes dos intelectuais e cientistas
eis a nossa rotina 
numa viagem infinita
que chegaremos daqui a séculos
mas até lá
somos uns velhos






terça-feira, 16 de agosto de 2011

Poema de amor ou das antigas



uma vez aconteceu uma coisa muito engraçada - e ela sempre acontece mesmo, quase que a todo segundo.  eis um escrito :


eu minto pras pessoas, sabe?
elas vêm e me perguntam coisas
me perguntam no que penso
e como estou...
eu minto pras pessoas a toda hora!
e enquanto respiro
minto andando
- pois não me encontro
estou mentindo
atuar é mais simples, sabe.


...ah sim, a verdade
a verdadeira verdade
bem, ela é demais pra o mundo
parece um absurdo
e parece incerto
mas,
- nós não somos sérios
e estamos todos amando



e como estamos aí, sempre amando e não dizendo, existem milhares de cartas e poesias que eu nunca mostrei. e você também não mostra nada, então não venha com essa idéia de - " ah, mas que menininho chato, tá se declarando ai...". tudo bem se você pensar assim, eu não ligo muito. Gosto desses poemas, eles lembram coisas boas... historinhas boas e bobas como essa :

I don't drink anymore...
and I love somebody else
because I'm stoped
in the middle of space !


I say a cronic :


um homem livre qualquer que consiga sentar na rua
num dia de sua vida
vai olhar para o amor e dizer
- " como não o vi antes..."


and repeat all the time:


" - No amor?..., sim...
você sabe qual é a verdade?
a verdade você sabe 
que a verdade não importa."




se se retira de dentro de mim
uma resposta pro meu fracasso
ela sim...
ela ja sabia antes






e quanto teve paciencia pra me ouvir
ou para deixar de comer seu pastel e ler meu poema
ela viu que estava encrencada
que eu a amava de verdade






deve ter começado a ver que não ia dar em boa coisa
e se esforçou a pensar, (pelo menos um tempinho),
no que eu era - e o que podia ser de nós
e dos próximos dias






Como foi claro o tamanho do que eu dizia
o que ela disse foi : - " Calma, cara"                                                             
e depois: - "...falou pra você..."
e eu sai dali e sai de meus planos de ficar junto dela






até um dia que eu sentei numa guia 
e dei de cara com o amor bem ali - ALI Ó... o amor
e pensei
como não vi antes?






tá bom caras - me acharam um imbecil?
eu sei dizer muito sobre isso
sobre esse amor
amor no espaço








são as varias meninas 
as bonitas, amigas, meus brodis
os caras que usam minhas roupas
meus amigos de som
e os livros legais
a pessoa da porta aberta
todos esparramados !
bem perto de meu nariz
desde a amargura
até protestos de rua


sou o cara preso pela jaula da solidão moderna
o filho da puta, privilegiado
por tanto amor flutuante
mas agora me encontrei nessa coisa








eu escrevi a crônica :


um homem livre qualquer que consiga sentar na rua
num dia de sua vida
vai olhar para o amor e dizer
- " como não o vi antes..."




me perguntaram
ne perguntaram muito
- cholita, isso é verdade?
- verdade isso de você e disso ai?
 - sente isso de verdade?
   - ...mas não é verdade, não deve ser verdade - tambem disseram
     - cholita, sera que você descobriu a verdade disso ai, cara
       - será que você é o cara?
          - descobriu é?
foi o que me disseram
eu disse : - P..porras!!
vocês me fodem mesmo com essa porra, hein
essa porra de verdade meu bem
é que ela, essa porra ai, digo, essa porra de verdade
não Importa
essa é verdade 
e é o bastante.
porque nem gosto de falar essa palavra direito
o único que sei
é que não vale mais


Agora que leio fica muito engraçado mesmo, você não acha?



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

os papéis que voaram

a beleza dos papéis é também a sua fraqueza
houve um tempo que eu escrevia tanto nos papéis que eles eram

como meus membros frágeis. isso poucos sabem - e esses que sabem

me viam só nesse vai e vem de folhas, a cada dia mais irritante, que

eu parecia um bicho escritor :

- Ele só sabe fazer isso por aqui.

era na verdade da liberdade da folha que eu queria falar
elas voavam a todo tempo pra longe num arrancar da pele minha -

foram parar  lá nos outros e eu fiquei com as metamorfoses, essas

aqui tambem ainda ocorrem, mas não tão intensas quanto naquele

tempo dos multi poemas.

as asas... , elas aparecem num ligeiro e singelo instante, te dizem

pouco e é só isso mesmo - o que é livre e sábio é o tão somente

simples - ao alcance de todos. liberdade eu aprendi, foi esse vai e vem

de ventos novos na vida que podem ou não soprar ao nosso favor.

gosto dela mesmo e por isso sento aqui e ali e escrevo.


diabos, há tantas coisas pra falar das folhas que me perdi


imagina

ia falar algo como : escrever no papel e o papel de escrever........

Mas isso deveria ser uma apresentação para esse blog , não é ?

Como sempre,

eu me despenco nos multipoemas, ( como o que eu estava

começando), e os multi protestos, (como o que eu ia começar)...

vamos com calma, chóulos. este é só o começo
senão será como na vida, onde quase ninguem se entende bem.

No Estado Físico, é que eu perdo os papéis, ficam em bolsos alheios e

nas minhas mochilas mofadas
No blog não some, Maneiro !